A recuperação de estruturas de concreto é um desafio global, mas no Brasil, ela ganha contornos únicos devido a uma combinação de fatores climáticos, históricos e socioeconômicos. A deterioração acelerada, impulsionada pela alta umidade e variações de temperatura, somada à falta de manutenção preventiva em construções mais antigas, exige um conjunto de normas e práticas específicas.
Normas brasileiras em destaque:
- NBR 6118:2014: A norma fundamental para o projeto de estruturas de concreto, que também aborda critérios de durabilidade e requisitos para a recuperação.
- NBR 15575:2013: A norma de desempenho de edificações habitacionais, que estabelece parâmetros para a vida útil e manutenção das estruturas.
- Série ISO 1504: Embora seja uma norma internacional, sua aplicação no Brasil é adaptada às condições locais, com ênfase na proteção contra a corrosão e o uso de materiais compatíveis com o clima tropical.
A Situação Atual
No Brasil, não existe uma norma técnica específica que aborde de forma exaustiva todos os aspectos da recuperação estrutural de edificações. Diferentemente de outros países, como os da Europa, que possuem normas como a EN 1504, o nosso país ainda carece de um documento normativo nacional que unifique os critérios e procedimentos para este tipo de intervenção.
A Adoção da Norma Europeia EN 1504
Diante da ausência de uma norma brasileira específica, muitos profissionais e empresas do setor adotam a norma europeia EN 1504 como referência para a execução de obras de recuperação estrutural. Essa norma, amplamente reconhecida e utilizada em diversos países, estabelece critérios rigorosos para a seleção e aplicação de produtos e sistemas de reparo, garantindo a qualidade e durabilidade das intervenções.
Particularidades da recuperação no Brasil:
- Corrosão acelerada: A alta umidade e a presença de agentes agressivos, como o cloreto em regiões litorâneas, aceleram a corrosão da armadura, exigindo técnicas de recuperação que garantam a remoção completa da ferrugem e a proteção adequada do aço.
- Concreto de baixa qualidade: Em construções mais antigas, é comum encontrar concreto com baixa resistência e cobrimento insuficiente da armadura, o que aumenta a vulnerabilidade à deterioração e exige intervenções mais complexas.
- Manutenção precária: A cultura de manutenção preventiva ainda é incipiente no Brasil, o que leva muitas estruturas a um estado avançado de deterioração antes da intervenção, demandando soluções mais onerosas.
- Condições climáticas extremas: As variações de temperatura e a exposição a chuvas intensas podem afetar a aderência dos materiais de reparo e a durabilidade da recuperação, exigindo produtos e técnicas adaptadas a essas condições.
O papel do profissional:
A complexidade da recuperação de estruturas de concreto no Brasil exige a atuação de profissionais qualificados, com conhecimento das normas e das particularidades locais. O engenheiro civil especialista em recuperação deve realizar um diagnóstico preciso, considerando as causas da deterioração, o histórico da estrutura e as condições de uso, para propor soluções eficazes e duráveis.
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