No Brasil, pouco se sabe do início da utilização do concreto armado. A mais antiga notícia sobre seu emprego data de 1904, no Rio de Janeiro.
Em uma publicação do professor Antônio de Paula Freitas (1904), da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, intitulada “Construcções em cimento armado”, diz que o cimento armado (como o material era denominado na época) foi utilizado pela primeira vez no Brasil em construções habitacionais de Copacabana pela chamada “Empreza de Construcções Civis”, sob responsabilidade do engenheiro Carlos Poma.
Essa empresa obteve em 1892 uma patente para utilização do cimento armado, uma variante do sistema Monier. Devido ao sucesso com o uso desse material, Carlos Poma executou diversas outras obras, como prédios, muros, fundações, reservatórios d’água e escadas.
Acredita-se que os primeiros cálculos de estruturas em concreto armado no país foram realizados por Carlos Euler e seu auxiliar Mario de Andrade Martins Costa em um projeto de uma ponte sobre o rio Maracanã, por volta de 1908.
Em 1924, houve uma associação entre a empresa Wayss & Freytag e a Companhia Construtora em Cimento Armado, possibilitando um grande desenvolvimento do concreto armado no país e a formação de engenheiros brasileiros.
As estruturas foram muito bem aceitas, sendo, até hoje, o tipo de estrutura mais utilizado no Brasil.
Normas da ABNT
Para projeto e dimensionamento das estruturas em concreto armado, foi desenvolvida, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 1940, a NB-1: cálculo e execução de obras de concreto armado.
Essa norma previa o dimensionamento em serviço baseado nas tensões admissíveis e no estado-limite último. Devido à constante evolução dos materiais e das técnicas referentes ao concreto armado, foi preciso revisar a norma com uma certa periodicidade. A figura abaixo mostra a evolução da norma relativa ao concreto no Brasil.
Essa última versão da norma passou a estabelecer requisitos e procedimentos de projeto para estruturas de concreto que apresentam alto desempenho, com resistência de compressão de até 90MPa, abrangendo, dessa forma, os concretos do grupo II de resistência (C55 a C90).
Para tal mudança, foram ajustados os domínios de cálculo, o diagrama tensão-deformação do concreto e a formulação para obtenção do módulo de elasticidade Ec, que agora leva em consideração o tipo de agregado.
A revisão da norma a cada cinco anos é de extrema importância para que, dessa forma, os novos conceitos sejam introduzidos de maneira gradativa e para que ela se adéque às novas tecnologias empregadas nos materiais e nas técnicas construtivas.
Fonte: Oficina de Textos