Conhecer as diferentes técnicas e produtos disponíveis para a recuperação de estruturas de concreto armado é essencial para estender a vida útil de pilares, vigas, lajes e outros elementos estruturais feitos desse material. O caminho a ser seguido varia caso a caso – seja a patologia uma corrosão do aço-carbono (armadura), ou a contaminação por cloretos, relembra Adriana Araújo, engenheira do Laboratório de Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT-SP).
A especialista esclarece que algumas alternativas são bem conhecidas para lidar com esses problemas: “A recuperação deve ser feita com produtos especiais, como os grautes industriais, associados ao tratamento do aço exposto na área de reparo; ao final, a armadura é pintada com tinta rica em zinco”, exemplifica. É recomendado pintar todo o perímetro da área exposta da armadura, inclusive nos trechos em que o aço ainda está íntegro, o que aumenta a durabilidade do tratamento. Já em estruturas deterioradas por intempéries, boa opção são os inibidores de corrosão, aplicados sobre a superfície de concreto. São pinturas inorgânicas associadas a hidrofugantes que não formam filme, ao contrário das acrílicas, epóxi ou à base de poliuretano.
Enquanto o inibidor da mistura é transportado pelos poros do concreto até a armadura, para atuar contra sua corrosão, o hidrofugante age sobre o concreto, restringindo a penetração de água em sua superfície. “Em tese, também seria possível modificar o meio de exposição, mas não no caso de estruturas já prontas. Assim, é importante que o projeto executivo preveja barreiras à exposição direta de elementos estruturais”, alerta Adriana.
Exemplos de barreiras são os brises, que impedem o contato direto das fachadas com a água da chuva, ou o sol forte; e um piso externo, no perímetro da edificação, para não deixar a chuva espirrar nas paredes. “Uma terceira via será aplicar revestimentos orgânicos como tintas acrílicas, epóxis e poliuretanos, ou impregnar o concreto – com ou sem cobertura – com uma pintura acrílica.”
As técnicas eletroquímicas também recuperam estruturas já debilitadas. “Temos a chamada realcalinização do concreto de cobrimento da armadura, para casos em que a corrosão foi desencadeada pela carbonatação do concreto; e a de dessalinização do concreto, para estruturas corroídas em decorrência da contaminação do concreto com teores críticos de íons cloreto”, enumera a especialista.
Recuperação de estruturas de concreto armado: técnica de proteção catódica
Técnica não muito comum no Brasil, mas bastante eficiente, é a “proteção catódica”. “O princípio dessa técnica, que só deve ser aplicada após o reparo da estrutura debilitada, é a redução do potencial da interface aço-concreto para valores mais negativos do que seu potencial natural de corrosão. Isso é feito pela imposição de uma corrente contínua nas armaduras, que pode ser fornecida por uma fonte externa de alimentação (proteção por corrente impressa), ou pela ligação elétrica do aço a um metal mais ativo, de potencial mais negativo (proteção por anodo de sacrifício)”, detalha.
Em qualquer um desses dois métodos, o suprimento de corrente contínua deve ser adequado à polarização, negativamente, em relação à interface aço-concreto. Em estruturas novas, a proteção catódica pode ser aplicada para prevenir a corrosão e estender sua vida útil. Nas já deterioradas, pode ser aplicada para diminuir a velocidade de corrosão, ou mesmo evitar sua continuidade.
Apesar de tantas possibilidades, não há garantia de sucesso na aplicação das referidas técnicas para recuperação de estruturas de concreto armado. “Um programa consistente de manutenção, com monitoramento de estruturas, é fundamental para manter sua integridade. Com isso, o risco de corrosão da armadura pode ser estimado ao longo dos anos de sua utilização”, conclui Araújo.
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Fonte: Mapa da Obra
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