Entendendo a Saúde do Concreto Armado: O Papel Crucial da Avaliação do Potencial de Corrosão

Estruturas de concreto armado são a espinha dorsal de nossa infraestrutura, mas não são invencíveis. Um inimigo silencioso, a corrosão das armaduras de aço, pode comprometer sua integridade e vida útil. Felizmente, a engenharia dispõe de métodos avançados para diagnosticar esse problema antes mesmo que sinais visíveis, como manchas e fissuras, apareçam. Um dos mais importantes é a medição do potencial de corrosão.

O Que é o Potencial de Corrosão e Por Que Ele é Importante?

A medição do potencial de corrosão

É uma técnica eletroquímica que funciona como um “check-up” para a saúde da armadura dentro do concreto. Ela permite identificar a probabilidade de a corrosão estar ativa, mesmo em estruturas que aparentam estar em perfeito estado.

Essencialmente, o método mede a diferença de potencial elétrico entre a armadura de aço e um eletrodo de referência posicionado na superfície do concreto. As leituras ajudam a localizar áreas anódicas (onde a corrosão provavelmente está ocorrendo), que apresentam potenciais mais negativos, e áreas catódicas (onde o aço ainda está passivo ou protegido), com potenciais mais positivos.

Esta avaliação é recomendada para estruturas em ambientes agressivos, como zonas marinhas ou grandes centros urbanos, e também para aquelas que já passaram por reparos devido à corrosão.

Mapeando a Corrosão: A Técnica em Campo

Em campo, a avaliação não se resume a medições pontuais. A prática mais comum é a criação de um “mapa de potencial”, que oferece uma visão ampla da extensão da corrosão em um elemento da estrutura.

Para isso, os técnicos seguem alguns passos:

  1. Preparação da Área: Uma grade é demarcada na superfície do concreto a ser analisada, geralmente com espaçamentos de até 15 cm x 15 cm.
  2. Contato Elétrico: Abre-se uma pequena “janela de inspeção” para expor um trecho da armadura, garantindo um ponto de conexão elétrica direto com o equipamento de medição, como um voltímetro de alta impedância.
  3. Medições Sequenciais: Um eletrodo de referência externo, com uma esponja úmida na ponta, é pressionado contra cada nó da grade para realizar as leituras de potencial. A superfície do concreto é previamente umedecida para garantir um bom contato e a estabilidade das medições.
  4. Elaboração do Mapa: Os valores coletados são plotados em um gráfico, criando um mapa com linhas equipotenciais (linhas que unem pontos de mesmo potencial). As áreas onde as linhas se afunilam em direção a valores mais negativos indicam as regiões com maior probabilidade de corrosão ativa.

Interpretando os Resultados: O Que os Números Dizem?

A interpretação dos valores de potencial requer conhecimento especializado. A norma

ASTM C876 é uma das principais referências para estruturas contaminadas por cloretos, estabelecendo critérios de probabilidade de corrosão com base em um eletrodo de Cobre-Sulfato de Cobre (ECSC):

  • Potenciais mais positivos que -200 mV (ECSC): Baixo risco (90% de probabilidade de não haver corrosão).
  • Potenciais entre -200 mV e -350 mV (ECSC): Risco incerto.
  • Potenciais mais negativos que -350 mV (ECSC): Alto risco (90% de probabilidade de corrosão).

É crucial entender que diversos fatores influenciam as medições, como a umidade e a resistividade elétrica do concreto, a espessura do cobrimento da armadura e a disponibilidade de oxigênio. Por exemplo, um concreto mais seco pode apresentar potenciais mais positivos, mesmo que a corrosão já tenha se iniciado. Por isso, a análise nunca deve ser isolada, sendo fundamental associá-la a outras investigações, como o exame visual da armadura exposta nas janelas de inspeção.

Aplicações Especiais: Do Concreto Carbonatado ao Aço Galvanizado

A medição de potencial é versátil, mas sua interpretação se adapta a diferentes cenários:

  • Concreto Carbonatado: Em estruturas afetadas pela carbonatação, os critérios da ASTM C876 não são diretamente aplicáveis. A resistividade elétrica do concreto carbonatado tende a ser mais alta, o que pode mascarar a real condição da armadura. Nesses casos, a inspeção visual direta da armadura torna-se ainda mais indispensável.
  • Aço Galvanizado: O critério da ASTM C876 também não se aplica a armaduras galvanizadas. O aço galvanizado, em estado ativo de corrosão, pode apresentar potenciais muito mais negativos, chegando a -1100 mV (ECSC). O monitoramento contínuo e a elaboração de mapas de potencial são essenciais para uma avaliação correta.
  • Avaliação de Reparos: A técnica é usada para verificar a eficácia de reparos estruturais, identificando se a atividade de corrosão persiste ou se novas macrocélulas se formaram nas áreas adjacentes à intervenção.

Em suma, a avaliação do potencial de corrosão é uma ferramenta de diagnóstico poderosa e não destrutiva. Quando utilizada por profissionais experientes e combinada com outras técnicas de inspeção, ela permite um planejamento de manutenção mais eficiente e proativo, garantindo a segurança, a durabilidade e a vida útil das nossas valiosas estruturas de concreto.

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