O primeiro edifício feito com concreto de carbono do mundo está em construção na Alemanha. O projeto é resultado de uma parceria entre pesquisadores da Universidade Técnica de Dresden e especialistas do escritório Henn de arquitetura. Esse composto é quatro vezes mais resistente que o concreto comum e quatro vezes mais leve também.
O prédio batizado de “The Cube” começou a ser erguido no campus da universidade com paredes reforçadas com fibra de carbono em vez de aço. Os fios ultrafinos de cristais de carbono são extraídos por meio de um processo de decomposição térmica conhecido como pirólise. Esses fios são usados para criar uma malha onde o concreto é derramado antes de endurecer.
“Com este novo material de construção, as fibras de carbono leves, porém robustas, permitem uma construção flexível e com economia de recursos. A conversão para este material inovador no futuro pode reduzir as emissões de CO2 da construção civil em cerca de 50%”, explica o professor de engenharia Manfred Curbach.
À prova de ferrugem
A malha feita com fibra de carbono não enferruja como acontece com o aço, isso garante uma vida útil muito maior em comparação com o concreto convencional. Além disso, essas estruturas podem ser muito mais finas, já que boa parte da espessura do concreto armado é influenciada pela necessidade de criar sistemas de drenagem para evitar a oxidação dos vergalhões.
Outra vantagem é que o concreto de carbono é mais flexível e maleável, permitindo a construção de edifícios mais seguros, com estruturas mais leves capazes de suportar cargas pesadas com muito menos material. Essas propriedades facilitam o transporte em longas distâncias e diminuem o tempo gasto no canteiro de obras.
Segundo especialistas da Henn, isso permitirá uma arquitetura futura sustentável, em que será possível projetar formas completamente diferentes. O objetivo principal é evitar as enormes quantidades de concreto que estão sendo usadas atualmente, melhorando o potencial desse novo de material de construção.
The Cube
O edifício experimental possui 220 metros quadrados, combinando laboratórios e salas de eventos em um mesmo ambiente. O projeto arquitetônico lembra a natureza fluida e têxtil das fibras de carbono ao fundir o teto e as paredes em uma única forma. Com uma estrutura mais fina, é possível moldar os ambientes com mais facilidade.
O telhado é aberto por uma claraboia que se dobra para se tornar uma nova parede, dando continuidade à forma orgânica de todo o prédio que deve ficar pronto no final de 2021. Além de um ar futurista e aconchegante, os arquitetos querem que a construção sirva de exemplo de eficiência e preocupação com o meio ambiente.
“Esses edifícios vão inaugurar não apenas uma nova forma de projeto arquitetônico, mas também um método de construção civil que causa muito menos danos ao meio ambiente e pode ser aplicado em escala industrial, mudando-se apenas um conceito antigo e ultrapassado. O concreto feito com fibras de carbono já é uma realidade”, encerra o professor Manfred Curbach.
Fonte: TUD