Diversas patologias podem afetar pisos de concreto. Veja algumas soluções
Os pisos de concreto sofrem uma série de agressões que levam a sua deterioração. Desgaste do tempo, impactos ou excessiva vibração, sobrecargas, tráfego intenso e danos estéticos são consequências de algumas patologias que podem acometer o piso de concreto. É preciso identifica-las e tratá-las corretamente o mais rápido possível.
Segundo o engenheiro Ruy Serafim de Teixeira Guerra, as principais patologias dos pisos de concreto são a delaminação (desplacamento), desgaste superficial, manchas e fissuras de retração. Já os revestimentos, que têm a função de proteger o concreto contra ataques químicos e mecânicos e ainda conferir maior facilidade de limpeza, poderão ser alvos de formação de bolhas, falhas e irregularidades no acabamento, destacamentos, trincas e fissuras.
“Na maior parte dos casos, os custos de recuperação são altos e podem se equiparar ou até mesmo superar os gastos envolvidos com a execução dos pisos. Contar com um bom projeto é o primeiro passo para evitar a ocorrência de patologias e, consequentemente, a necessidade de desembolsar altas somas para saná-las”, explica Ruy, que explica as soluções de algumas patologias. Acompanhe:
Resistência ao desgaste – A solução do problema é, na maior parte das vezes, feita pela aplicação de um bom endurecedor químico, precedida de uma limpeza com escovas abrasivas. Em seguida, deve-se aplicar novamente o endurecedor, garantindo o fechamento da porosidade superficial. Casos mais severos podem ser tratados pelo processo de lapidação com ferramentas diamantadas (até grana 3000), que confere ao piso um aspecto similar aos pisos com agregados de alta resistência.
Delaminação – O tratamento mais empregado é o reparo com argamassas poliméricas, principalmente as epoxídicas, que permitem espessuras de 3 mm a 6 mm. Também podem ser empregadas as argamassas cimentícias, modificadas com polímeros. Mas, vale lembrar que nesse caso deve-se trabalhar com espessuras mais elevadas, acima de 8 mm.
O reparo do piso consiste inicialmente no recorte da área danificada, formando uma figura geométrica regular, e na regularização da superfície de modo a garantir a espessura mínima para o material que será empregado no reparo. O próximo passo é a aplicação de um primer e, em seguida, da argamassa. No caso das argamassas epoxídicas, após a cura do produto, é possível fazer o lixamento.
Fissuras de retração – O tipo de reparo vai depender da origem da patologia. As mais fáceis de reparar são as originadas pelo atraso no corte. Nesse caso, quando estiverem muito próximas às juntas (de 5 cm a 10 cm) basta selá-las, da mesma forma que se faz nas juntas, empregando os mesmos materiais definidos no projeto do piso.
Se estiverem as fissuras estiverem mais afastadas, é necessário estabilizá-las ou por colagem com material epoxídico ou poliuretano, por exemplo, ou pela costura com barras de aço, inseridas de forma inclinada na lateral da fissura e coladas com epóxi, de modo a unir as duas faces da fissura, que posteriormente deve ser selada com material epoxídico.
Quando a causa da fissura é reforço insuficiente ou placa com movimentação restringida, a solução é mais complexa, normalmente executam-se juntas complementares, que nesse caso deverão ser tratadas para garantir a transferência de carga.
Manchas – Há três causas básicas: a mais comum e mais grave, ocorre em decorrência da pega diferenciada do concreto, ocorrida por um atraso no processo de concretagem. Em alguns casos, essas manchas apresentam delaminação.
O segundo tipo é causado pelo posicionamento dos agregados graúdos muito próximos da superfície. Nesse caso, a causa do problema pode ser falta de argamassa ou vibração insuficiente. Algumas vezes, a argamassa que recobre os agregados é tão fina que se desprende, necessitando de um pequeno reparo, similar ao da delaminação.
O terceiro tipo é causado pela má aplicação das mantas de cura. Caso não fiquem perfeitamente em contato com a superfície do concreto, formam bolsões de ar, escurecendo o concreto nessas regiões e possibilitando a identificação de frisos e dobras do tecido mal posicionado. Não há nada que possa ser feito para minimizar o problema, mas a boa notícia é que a cor da superfície do concreto tende a se uniformizar com o tempo e, após alguns meses, as manchas podem desaparecer.
Fonte: Mapa da Obra